21 junho, 2010

Amor não se compra


Recentemente eu descobri que amor não se compra.

É claro que em se tratando de amigos, marido, filhos, família, isso parece óbvio. Se bem que de vez em quando dependendo do valor, o dinheiro até compra o amor, sim. Pelo menos quando estamos falando de humanos.

Mas quando pensamos nos animais, vemos que eles não se deixam comprar. Eles precisam é serem amados pra amarem, independente da condição social do seu amado (não gosto de falar que alguém é “dono” ou “proprietário” de um animal).

Isso tudo é muito claro e já se falou muito a respeito. Mas ainda há pessoas (eu estava incluída nessa lista) que acham que precisam comprar um animal de raça pra ser seu companheiro. Eu, por exemplo, sempre achei lindo quem adotava um cãozinho vira-latas, mas sempre comprei cães de raça. Os argumentos eram os mais variados, que quando a gente compra um cão de raça a gente sabe o tamanho que ele vai ficar, o pelo que vai ter, como vai ser o temperamento, etc. Enfim, não corremos riscos. Esses argumentos são válidos e verdadeiros, embora um cão de raça não seja garantia de perfeição.

Mas meu pensamento mudou no dia em que a minha irmã (veterinária) me contou sobre os criadores de cães. Como são esses criadores, como são tratados os animais... Eles são meros reprodutores, vivem muitas vezes sem carinho, sem atenção, comendo a melhor ração, mas envelhecendo sem amor. E as fêmeas tendo filhotes a cada seis meses pra enriquecer o seu “dono”. E os filhotes muitas vezes valem uma pequena fortuna. E isso é mais comum do que se pensa. Nas ONGs que doam cachorros, por exemplo, é de praxe que sejam doados apenas animais castrados. E nas vezes em que é doado um cão de raça, as pessoas não aceitam que ele seja castrado, pois querem é ganhar dinheiro em cima do coitado. Querem pegar um cachorro de raça “de graça” pra depois sair vendendo seus filhotes e ter lucro com isso.
Além disso tem todo o problema dos criadores venderem os filhotinhos em “feirinhas”. As pessoas vão lá, cheias de amor pra dar, escolher um bichinho. Só que ninguém pensa no quanto o coitadinho sofre ficando lá exposto, num local muitas vezes abafado, barulhento, e onde é muito fácil a proliferação de doenças graves como cinomose e parvovirose. Aí a pessoa paga, leva o filhotinho pra casa e em pouco tempo ele morre. Então quando a gente compra um animal de raça a gente só está incentivando o comércio do amor.
E minha irmã disse que quem quer amor não tem que gastar dinheiro. Bichinhos sem lar e loucos por amor existem aos montes por aí.

Então neste último natal a Marina ganhou do Papai Noel a Paçoca, que hoje é o xodó de todos lá em casa. E ela não se cansa de repetir que esse foi o melhor presente que ela já ganhou na vida dela. E nós todos concordamos!

2 comentários:

MOnique disse...

É sempre muito triste pensar em tudo isso... O animal de raça é uma vidinha tão importante como qqer outra, mas seus donos apenas querem status... Já os animais de rua e vira-latas são tratados como lixo, como se não tivessem necessidades de amor, comida e lar. Atualmente tenho visto mais movimentos em favor dos animais, mas ainda assim, estamos longe de amparar a todos...
Sou contra o compra de animais, não pq eles são piores, mas para acabar com todo esse comérico. E mtas vezes, os que não são vendidos, acabam na rua, por não serem mais úteis, ou são vendidos e os donos entram em férias e não têm com quem deixar, aí abandonam os bichinhos à própria sorte. Por isso as ONGs são tão importantes, pq, para as autoridades, esse problema nem existe... São seres humanos como a sua irmã e tantos que eu conheço que batalham muito para dar um pouquinho de dignindade e amor para esses bichinhos que tanto precisam. Ufa, desculpa o desabafo... Adorei o seu texto. Bj

Anônimo disse...

oi Dã,
fico muito feliz !
vou te mandar um artigo por email que de repente vc pode achar interessante postar. Fala sobre a importancia do animalzinho na saúde das pessoas - e principalmente sobre os mitos da alergia...
bj
Tante Nate