30 setembro, 2010

Um dia de fúria

Na sexta-feira passada eu almocei macarrão. E de tarde comi uma maçã. E no fim do dia eu estava com fome e já não estava tão bem humorada por conta de uma péssima notícia que eu havia recebido.

E fui embora do trabalho tomando uma chuvinha até o ponto de ônibus (que é longe).

Entrei no ônibus, me ajeitei lá na frente, que é onde eu sempre fico pra evitar a muvuca maior do meião. Estou eu lá, chateada, me equilibrando no meio da galera, quando de repente eu sinto um cheiro muito bom. Nossa, um cheiro do que mesmo? Não sei, só sei que é bom! E que me deu fome! Puts, parece cheiro de salgado. Será que alguém entrou com sfihas no ônibus? Ou será salgadinho? Mas só tem um salgadinho que cheira longe assim, o Cheetos de queijo, e esse tem cheiro de chulé, eu detesto!

Eis que de repente eu encontro a origem do delicioso cheiro! Duas moças estavam atrás de mim com uma lata de batata Pringles sabor churrasco (meu preferido) aberta, comendo e conversando. Puts! Minha barriga roncou. O trânsito estava lento, e tudo o que eu queria era sair logo dali, chegar em casa e comer! Muito! Eu não conseguia desviar minha atenção da batata das moças. Duas moças baixinhas, uma loira e uma morena. E estavam tão felizes, conversando e comendo!

Calma, Dani, pensa em qualquer outra coisa! Não, esquece a péssima notícia, pensa em outra coisa!

batatabatatabatatabatatabatatabatatabatatabatatabatatabatatabatata

Tá, não consigo, será que se eu pedir uma batata pra moça ela me dá? Claro, tem que dar, porque entrar no ônibus comendo minha batata preferida e não oferecer já é falta de educação, imagina recusar?

Enfim, tomei coragem.

- Moça, desculpe, eu senti o cheiro da batata e não resisti, será que posso te pedir pra me dar uma?

- O que, que guria abusada! Tá louca? Vai comprar!

Nãããããão, essa baixinha não me disse isso!

- Puxa, como você é mal educada, hein? Credo! – eu respondi.

- Posso ser mal educada, mas tenho batata! – disse ela dando um sorrisinho.

E eu não agüentei. Aquilo me deu tanta raiva que eu resolvi arrancar a lata de batata da mão dela e disse:

- Ah, é? Pois agora não tem mais! - e comecei a comer.

- Sua loira lambisgóia, devolve a minha batata!

E começamos a nos engalfinhar. Enquanto eu tentava dar um sopapo nela, eu dava um jeito de comer uma batata. Dava um chute, e comia mais uma batata. Levava um puxão de cabelo, e mais uma batata! A amiga dela só gritava pras pessoas acudirem, e a gente lá, lutando. Depois de muita briga o ônibus chegou no terminal e, a pedidos insistentes da amiga dela, a briga acabou. As pessoas bateram palmas, gritaram algumas coisas que eu não entendi, e começaram a sair do ônibus. Eu devolvi a lata vazia pra moça e ela foi embora, xingando até a minha décima geração. E eu fiquei satisfeita, comi as batatas que eu queria e ainda dei uma lição na mal-educada.

E essa história toda só foi verdade até antes do – Enfim, tomei coragem. Quem me conhece sabe que eu nunca teria coragem, nem de pedir a batata, muito menos de me engalfinhar com uma desconhecida dentro do ônibus. Mas juro que essa situação toda passou pela minha cabeça, tamanha foi a vontade de comer Pringles de churrasco. E eu resolvi contar isso aqui no blog pra vocês se lembrarem de nunca entrarem no ônibus comendo uma coisa gostosa sem oferecer pras pessoas. Vai que vocês encontram uma pessoa menos equilibrada (hahaha) do que eu...

29 setembro, 2010

Admirável mundo novo

Ontem estive em Florianópolis na UFSC para um congresso sobre direito autoral. As palestras foram boas, a viagem também, mas uma coisa chamou muito a minha atenção: a modernidade de hoje em dia. Eu explico.

Entrei no auditório para assistir à primeira palestra, me sentei e comecei a olhar em volta. Percebi que os organizadores estavam terminando de configurar o notebook de um dos palestrante para ajustar a apresentação para o datashow. OK, normal. Eis que eu escuto uma vozinha de criança saindo da região da mesa, no palco. E vejo um senhorzinho (que depois fui saber que é português de Portugal) baixinho de bigode sentado à mesa com seu notebook e sorrindo. O outro palestrante pergunta:

- O que é isso?

- É meu filho, está lá em Portugal e me mandou uma mensagem no vídeo.

O outro palestrante quis ver, e ficaram os dois lá, repetindo o vídeo do menino, sorrindo e admirando, bem cuti cuti.

Aí percebi que foi entrando mais gente, e que quase todo mundo estava com seu note ou net book. Quase todo mundo checando e-mails, vendo as notícias, essas coisas.

Bom, começou a palestra e o rapaz que estava sentado à minha frente começou a jogar WOW. E depois entrou em sites de mangá, ficava conversando com alguém no MSN, e voltava a jogar...

A moça ao meu lado ainda entrou no Orkut, Facebook...

Depois de um tempo notei que alguns anotavam o que ia sendo dito na palestra diretamente no notebook. Como é que esse povo consegue digitar tão rápido em teclados tão pequenos?

Ah, mas a modernidade não acabou aí. Eu estava lá, papel e caneta em mãos, anotando tudo, bem arcaicamente. Mas duas mulheres à minha frente simplesmente tiravam fotos da apresentação com os seus modernos celulares. O palestrante mudava a tela do PowerPoint e subiam as duas mãozinhas pra tirar foto. Bem mais fácil, né?

Além disso o evento estava sendo transmitido ao vivo pela Internet pra quem quisesse ver.

E toda hora tinha alguém pedindo pra organização configurar o notebook pois não estava funcionando a rede wireless. E dá o notebook pro moço, o moço leva o notebook pra um outro moço, que configura sei lá o que e pronto, pode parar de ficar agoniado, senhor, que a gora o senhor pode acessar a Internet.

A mesma coisa se repetiu no café da manhã no hotel. O hotel estava cheio, pois estavam acontecendo vários eventos na cidade, e pessoas e notebooks se acotovelavam nas mesas. Pessoas sozinhas não se sentiam mais tão sozinhas quando falavam com alguém pelo MSN.

Na viagem de ônibus as pessoas ficavam o tempo todo falando ao telefone, mandando torpedos, escutando MP3, trabalhando no notebook.

Acho que eu não havia percebido ainda como estamos todos dependentes da tecnologia de hoje. E lembro que há uns 15 anos atrás o celular estava só começando. Ninguém podia imaginar como estaríamos 15 anos depois.

E cheguei à conclusão de que tudo isso é mágico, maravilhoso, fantástico. É um admirável mundo novo!

27 setembro, 2010

Triste constatação

Eu sou uma mulher adulta. Já tenho 35 anos. Mas uma das coisas às quais eu nunca me acostumo é a ausência dos meus amigos.

Já ganhei e perdi muitos amigos pela vida. Ou melhor, perder mesmo não perdi tantos, pois mesmo que às vezes a vida leve a gente por caminhos diferentes, aqueles que eu amo continuam sendo meus amigos. Tenho amigos que eu vejo todo dia, tem uns que eu vejo aos finais de semana, uns que eu vejo umas duas vezes por ano, outros uma vez a cada dois anos. Mas mesmo vendo pouco alguns deles, os que eu amo de verdade continuam sendo meus amigos. Porque eu passo a vida toda pensando neles, torcendo por eles.

Agora eu detesto a sensação de quando um amigo que eu vejo todo dia acaba virando um amigo que eu vejo a cada seis meses. A vida às vezes apronta dessas, e, mulher madura que sou, tento me lembrar de que faz parte. Como dizia uma frase que eu recebi por e-mail esses dias:

Quando Deus te mandou ao mundo ele não te prometeu que ia ser fácil, ele só disse que valeria a pena.

Mas como é difícil! Parece que falta um braço de mim.

E a minha triste constatação de hoje é de que ultimamente eu estou perdendo mais amigos do que ganhando.

Chuif!

24 setembro, 2010

Papinha de bebê da boa

Denis, mil desculpas se hoje o papo é de menina de novo... rs

Hoje eu vim contar pra vocês como é que se faz uma papinha de bebê congelada da boa, indispensável nos dias de hoje. Como muitas mamães têm que trabalhar fora, quebra o galho saber fazer uma papinha boa, fácil, e que pode ser congelada. Todas as dicas foram passadas pela minha querida amiga Tania, que pesquisou um bocado quando teve a caçulinha dela.

E aproveitando, preciso antes de mais nada confessar que sou péééééssima na cozinha. Sendo assim, as papinha da Marina quando bebê também eram péééééssimas. Eu basicamente seguia à risca o lance de não colocar sal na papinha, e queria variar e fazer coisas saudáveis que a médica recomendava, como papinha de fígado com beterraba (sem sal, ui). A coitadinha até que comia, mas quando surgia uma papinha da Nestlé na frente dela ela devorava.

Já com o Rafa a coisa foi diferente. A Tania já havia descoberto os segredos da boa papinha e me ensinou tudinho. Os segredos basicamente são:

- Não congelar batata!!! Não presta, o gosto dela fica horrível quando descongelada, se não me engano é porque tem muita água. O restante dos legumes não tem problema.

- Não colocar sal na hora de cozinhar. O sal deve ser acrescentado na hora de servir.

- Depois da papinha pronta, colocar nos potinhos e resfriar rapidamente. O recomendado é ter uma bacia com água gelada e cubos de gelo e colocar os potinhos dentro. Mas eu colocava os meus destampados na geladeira mesmo, um pouquinho. Esse processo se chama “branqueamento” e serve pra que os legumes parem de cozinhar e conservem os seus nutrientes. E quando a papinha é descongelada, depois, o aspecto fica de recém-feita.

Então basicamente eu fazia duas panelas de pressão, uma com legumes e carne vermelha e outra com legumes e frango. Tudo junto e misturado, com um tantinho de arroz ou macarrão cabelo de anjo. Eu colocava os legumes (cenoura, chuchu, mandioquinha, abóbora...) cortados meio grandinhos, pra depois montar os sabores direitinho. Bom, mas que confusão que está isso aqui, vamos a um passo-a-passo à la Je:

- Descascar e cortar os legumes em pedaços grandes, reservar.

- Cortar a carne (frango ou boi) em cubos e fritar com óleo de canola ou girassol e cebola picada. Quanto de carne? Um bifão já é suficiente pra uma panela de pressão.

- Acrescentar os legumes e cobrir com água (preferencialmente fervendo).

- Acrescentar o arroz ou macarrão (pouco)

Tampar a panela e depois que pegar pressão deixar cozinhar em fogo médio por uns 10 minutos.

Durante esses 10 minutos eu ia juntando os potinhos que iam receber as papinhas, pegava o mixer, o copo do mixer, etc.

Assim que acabar de cozinhar, abra a panela e comece a montar as papinhas. Aqui ajuda muito ter um mixer, porque bater só o tantinho de uma papinha no liquidificador não rola.

Aí eu pego, por exemplo, uma mandioquinha inteira, meia cenoura e um cubinho de carne, bato no mixer e coloco no potinho. Depois pego uma batata, um pedaço de chuchu e um pedaço de abóbora, bato e coloco no potinho. E assim vai. Fazendo duas panelas de pressão, uma com carne e outra com frango, e misturando os legumes na hora de colocar no potinho o bebê vai ter uma grande variedade de papinhas e não vai enjoar.

No começo é bom não fazer papinhas com muitos legumes juntos, pro bebê começar a conhecer os sabores de cada alimento e se acostumar com a variedade. Mesmo porque, no começo são poucos os legumes que podem entrar na papinha. Depois, conforme o bebê vai crescendo, começamos a incluir brócolis, espinafre, beterraba, couve-flor... Mas isso quem vai orientar direitinho é o pediatra de cada bebê.

Uma discussão que sempre rola é se a carne deve ser batida no meio da papinha ou não. Os meus pediatras sempre diziam pra bater sim, então desde o comecinho meus filhotes já comiam a carninha na papinha. Mas daí depende de cada um.
Alho pode ser usado também, mas deve ser colocado pra cozinhar inteiro, e depois retirado, pois parece que dá gases no bebê.

E a batata eu cozinhava também, duas em cada panela, pra fazer as papinhas que não iam ser congeladas. Assim o bebê come batata também. Então as papinhas que levavam batata eu separava e deixava na geladeira, e já dava nos dois dias seguintes.
Aí é só resfriar a papinha (sem tampa ainda) pra que ela não continue cozinhando e depois tampar e colocar no freezer.

Pra descongelar é melhor deixar ela de um dia pro outro na geladeira. Na hora de servir é só colocar no pratinho, esquentar no microondas ou banho-maria e colocar uma pitada de sal (pode colocar um fiozinho de azeite, também).

Desse jeito a papinha fica saborosa, nutritiva, e os bebês adoram. Aliás, normalmente todo mundo que está em volta fica de olho se o bebê vai comer tudo, se não vai sobrar um pouquinho...

23 setembro, 2010

Ela chegou!

Hoje, às 00h09min está começando oficialmente a primavera.

Isso quer dizer que hoje é o equinócio de primavera, o dia em que dia e noite têm a mesma duração, de 12 horas cada um. A partir de agora, devagarzinho, a cada dia o dia vai ficando maior do que a noite. As temperaturas já estão mais altas, embora aqui em Curitiba o friozinho também apareça de vez em quando.

Mas ah, o clima já é de primavera! O vento às vezes já é mais morno, as flores já estão se abrindo há algum tempo, os pássaros estão cantando com mais entusiasmo. Logo os animais vão estar preparando seus ninhos... E a natureza seguindo seu curso.


Fonte da foto: Wikimedia Commons

Gostaria então de desejar a todos nós uma ótima primavera, com muitos dias lindos e cheios de significado! Muita alegria, muito amor, companheirismo, bons encontros com amigos e família, enfim, tudo de bom que pode acontecer nessa época do ano. E lembrem-se, essa também é uma ótima época pra plantar uma árvore, uma horta, uma planta, uma flor...

Beijos!

22 setembro, 2010

Boa notícia - o mundo tem jeito!

Bom dia pessoal!

Hoje vim trazer uma boa notícia de uma velha conhecida nossa. Vocês se lembram do meu post sobre a menina que (a mãe) estava deixando o cabelo crescer pra poder cortar e vender, pra trocar as telhas da casa deles? (http://interferenciapositiva.blogspot.com/2010/06/e-cada-uma-que-gente-escuta.html)

Pois então, na segunda-feira encontrei mãe e filha de novo no ponto do ônibus e adivinhem? Ela cortou o cabelo, mas só um pouco, elas não cortaram o cabelo curtinho pra vender. Mas também não está mais aquele cabelão gigante. Ela está super bonitinha!

Fiquei tão feliz em ver que provavelmente a mãe da menina chegou à conclusão de que é mais importante a filha se sentir bem do que vender o cabelo...

Isso me dá mais esperança, me dá realmente um sentimento de que o mundo tem jeito!

Boa quarta-feira a todos!

21 setembro, 2010

Andar de ônibus - prós e contras

Que lê meu blog com frequencia pode achar que andar de ônibus é super legal, engraçado, e tal. E até é, tem um lado bom, sim, mas também tem um lado ruim. Então resolvi checar os prós e os contras de se andar de ônibus:

Contras:

- Muitas vezes demora
- Muitas vezes é lotado, e a gente anda esmagado
- O ponto é longe
- O motorista normalmente anda como se estivesse carregando porcos ao invés de pessoas
- Custa caro se a gente levar em conta a qualidade do transporte público
- Em dia de chuva é péssimo
- Tem gente que escuta música (ou algo parecido) alto dentro do ônibus, sem respeitar os demais
- Tenho que ver gente idiota que não da lugar pra idosos e pessoas com crianças
- É fedido e mal conservado

Prós:

- Eu escuto histórias interessantes pra colocar no blog
- Eu me divirto reparando nas pessoas
- Andando de ônibus eu ajudo a natureza
- Eu aprendo (ou não) a ser mais tolerante com o próximo

Resultado: andar de ônibus não é legal, mas fazer o que né? O negócio é se divertir!

20 setembro, 2010

Pais sem noção I

No meu último post, sobre educação, eu escrevi bem pouquinho sobre os pais das crianças. E depois eu pensei que poderia relatar aqui algumas sem-noçãozices (afe) que escuto por aí dos pais da criançada, normalmente em reuniões de escola ou palestras. Às vezes a gente acha que é só um ou outro que é sem noção, mas devagar vai vendo que são muitos, talvez a maioria. E de vez em quando vou aparecer aqui relatando essas sem-noçãozices (ui) pra vocês verem que eu não sou chata, a coisa é grave mesmo!

E já vai uma hoje:

O palestrante está dizendo que as crianças precisam aprender a lidar com sentimentos tristes, decepções, frustrações, etc. Que não devemos poupá-las desse tipo de sentimento, pois eles ajudam a construir o caráter da criança e a torná-las mais fortes para os problemas que surgirão na vida, como a morte de um parente querido, por exemplo.

E a mãe de uma amiguinha da Nina vira e me diz no dia seguinte:

- Puxa, sabe que eu estava pensando no que o palestrante falou ontem, sobre a criança aprender a lidar com os sentimentos... E cheguei à conclusão de que eu e meu marido fazemos muitas coisas erradas. Por exemplo, quando morre um peixinho do aquário das meninas, a gente disfarça, joga logo o corpo fora, não deixa as meninas verem o aquário, e no dia seguinte cedo meu marido vai comprar outro peixinho igual, pra elas não notarem que o peixe morreu. Acho que a gente tava exagerando, né?

Ôôôôôôô!

18 setembro, 2010

Pérolas musicais - Parque da Juraci - Zeca Baleiro

Eu tenho um CD do Zeca Baleiro, que eu adoro! E hoje resolvi trazer uma pérola musical mais light, mais engraçada, o Parque da Juraci. Quem não conhece pode ir atrás de ouvir, que é muito divertido!


Juraci me convidou pra eu ir
No parque mais ela lá em birigui
E eu vesti o meu terninho engomado
Alisado, alinhado pra brincar com Juraci

Já no caminho eu comi um churrasquinho de charque
E um refresco de Kiwi
O tempo foi ficando divertido pra caramba Juraci dançando samba
Enquanto eu lia o Guarani

Mas lá chegando eu tive o maior susto
Tentei a todo custo não crer no que vi
no lugar do parque um self-service por quilo
Fiquei puto com aquilo e perguntei pra Juraci

Juraci que parque
Juraci que parque
Juraci que parque é esse que eu nunca vi?

Juraci que parque
Juraci que parque
Juraci quebrei o pau fiquei de mal com Juraci



Beijos!

17 setembro, 2010

Palestra sobre como estudar corretamente

Atenção! Esse post é gigante, mas juro que é interessante!

Oi pessoal!
Desculpem se não postei ontem, mas não deu...

Mas pra compensar hoje eu vim contar umas coisas muito legais que aprendi na palestra que teve na escola da Nina na quarta-feira passada. Quem deu a palestra foi o simpático professor Pier (Pierluigi Piazzi, procurem no Google, o currículo dele é ótimo), que criou o termo neuropedagogia. A palestra era sobre como funciona o processo de aprendizagem no cérebro. Sabendo como funciona, fica mais fácil aprender direito.

Em primeiro lugar ele disse que qualquer um pode estudar com qualquer idade e ser o que quiser. Basta querer. Isso quer dizer que ainda temos chance, eba!!!
Bom, mas a palestra era voltada aos pais do colégio, então ele focou mais no estudo das crianças. Ele começou dizendo que no Brasil há muitos alunos, mas bem poucos estudantes. Que quem assiste aula é aluno, e pra ser aluno é fácil, basta se matricular num curso. Mas pra ser estudante é preciso estudar, sozinho e concentrado, o que é bem diferente.

E ele disse que tem três erros graves no ensino de hoje em dia. São eles:

- A falta do hábito de ler.
- A falta de respeito pelos colegas e professores em classe.
- Estudar para a prova.

A falta do hábito de ler no Brasil já é conhecida, mas como combatê-la? Como ensinar pro filho da gente que ler é legal?

Ele começou criticando o método de ensino aplicado nas escolas brasileiras. Disse que é óbvio que quando a criança tem que começar a ler com Machado de Assis, José de Alencar (que são os primeiros livros que as escolas pedem) a coisa não vai pra frente. Então ele deu a dica de começar com Harry Potter, pra criar o hábito da leitura, e depois chegar a Machado de Assis.

Além disso também é importante que a criança encontre o seu livro. Porque cada um gosta de um tipo de leitura, e isso é muito particular. E que se a criança começar a ler um livro e já no primeiro capítulo achar chato, deve-se dar uma segunda chance pro autor e começar o segundo capítulo. Continua chato? Troca de livro! E é pra trocar quantas vezes for necessário até achar um tipo de leitura que agrade. Daí quando a criança acha seu tipo de livro a coisa vai embora...

Além disso é preciso os pais darem o exemplo e lerem também (lição pra mim, faz muito tempo que não leio, aiai).

Quanto à falta de respeito em classe, isso é uma coisa que deve ser ensinada em casa. Os pais hoje em dia defendem e protegem os filhos demais, até dos professores, e isso é um sério problema para os professores, que não conseguem mais ensinar. Mas esse é um longo assunto pra outro post...

Mas o câncer do estudo mesmo, segundo ele, é o hábito de estudar (só) para a prova. E que é visto como normal, sendo que a gente foi criado assim e acaba criando nossos filhos assim também:

- Filho, larga o videogame e vai estudar, que amanhã tem prova!
- Ah, hoje não tem lição? Que bom, né? Assim você pode brincar!

Quem é que já não deu uma dessas?

Ele explicou que o que é estudado só pra prova não entra na cabeça, e dessa forma a gente acaba jogando no lixo todos os nossos anos de estudo, por isso a gente precisa de cursinho pra passar no vestibular, na prova da OAB...

O importante é estudar pouco, mas todos os dias! Tem que virar hábito, repassar o que foi aprendido todo dia! E antes de dormir!!!!

O lema dele é

Lição dada, lição estudada HOJE!

Mas por que isso? É porque no cérebro tem 3 lugares que armazenam informações:

- O cerebelo, que é onde ficam guardadas informações que a gente aprende na base do erro e acerto, na raça, ligadas a experiências motoras e sensoriais, como andar de bicicleta, por exemplo, e que a gente nunca mais esquece.

- O sistema límbico, que é onde as informações ficam armazenadas temporariamente, mas que sempre que a gente dorme são apagadas. São informações das quais a gente não precisa, como o que você almoçou semana passada, ou qual era mesmo a sua última lista de mercado.

- O córtex, que é o maior e mais complexo, e que é onde ficam guardadas as nossas experiências importantes, e onde deveriam ficar armazenadas as aulas, a matéria que a gente deve saber pelo resto da vida.

Então quando a pessoa assiste uma aula, ela não está aprendendo, ela está entendendo. Pra gente considerar que aprendeu alguma coisa é preciso saber essa coisa mesmo depois de muito tempo, e isso só acontece se as informações ficarem guardadas no córtex cerebral.

Durante a aula as informações ficam gravadas no sistema límbico, mas se a gente não conseguir passar elas pro córtex, no dia seguinte a gente já não lembra de nada, porque durante o nosso sono elas são apagadas. Agora, se depois da aula a gente retomar a matéria, escrever, fizer um esqueminha, desenho, seja lá o que for, sobre o que foi aprendido, estamos marcando essa informação mais fundo no sistema límbico, e durante o sono essas informações mais marcantes vão ser gravadas no córtex. É por isso que normalmente os alunos lembram de alguma piada que o professor fez durante a aula, por exemplo, e esquece da matéria. Porque o que chama a atenção é considerado importante, e isso fica marcado pra sempre (diz o professor Pier que o sistema límbico é muito bem humorado, tem tendência a gravar as piadinhas).

É por tudo isso que o professor Pier diz que a pessoa tem que estudar a matéria aprendida em classe no dia, antes de dormir. Pra garantir que a gravação desses dados importantes seja feita. Então, alunos que assistem às aulas de manhã devem estudar um pouco à tarde. Os que vão à escola de tarde (como a Nina) devem estudar à noite. E quem estuda à noite, não tem jeito, tem que repassar a matéria de noite mesmo, por meia hora que seja. Sempre antes de dormir.

E é importante saber também que uma boa noite de sono é fundamental pra que a gravação seja bem sucedida, senão não rola. Crianças e adolescentes devem dormir cedo e bem!

Agora quando a pessoa assiste aula, vai pra casa e não estuda, o sistema límbico vai apagar a matéria toda durante a noite. Aí no dia da prova, a pessoa lê rapidinho a matéria de novo antes da aula, ela fica fresquinha no sistema límbico, e acaba indo bem na prova. Só que de noite a informação vai embora de novo... E no vestibular nunca que essa pessoa vai se lembrar do que leu. Os anos de estudo foram jogados fora.

Uma prova legal de que é assim mesmo, acho que já aconteceu com quase todo mundo. Quantas vezes vocês não sabiam a matéria, resolveram escrever uma cola e na hora da prova nem precisaram dela, porque se lembravam de tudo? É porque as ideias foram passadas pro papel, aí o cérebro fixa a informação. De qualquer forma, fazendo a cola você estudou. Aprendeu.

Então, o lema é:

Lição dada, lição estudada HOJE!

Pro professor Pier o certo seria que todas as provas fossem surpresa. Só assim é que daria pra medir o que a pessoa realmente aprendeu. Senão, é como dizer:

- Tô com febre, vou ao médico ver o que é, mas antes vou tomar duas aspirinas!

O legal é que na escola da Nina é assim mesmo, as provas acontecem durante as aulas, sem aviso. E vocês precisam ver como os pais reclamam nas reuniões.

- Tadinho do meu filho, como é que ele vai estudar se nem sabe que dia que tem prova?

Uma última observação que eu achei bem legal que ele fez foi em relação à TV. Que aqui no Brasil a gente tem o hábito de sempre ter a TV ligada, mesmo que não esteja assistindo. E em todo lugar,inclusive nos restaurantes, nas lojas... E com isso a gente se acostuma a sempre ter um zumzumzum na orelha, pro qual a gente acaba não prestando nem atenção. E assim, os jovens em sala de aula acabam se distraindo mais, pois as explicações do professor acabam virando zumzumzum também... Então o certo é manter a TV desligada, e só ligar quando a gente realmente vai se sentar na frente dela e assistir.

Quem quiser saber mais sobre o assunto pode ler os livros do professor Pier, ele escreveu 3: “Aprendendo inteligência” que é para ser lido por alunos, “Estimulando inteligência”, voltado aos pais e “Ensinando inteligência”, para professores.



A palestra durou 2 horas e teve muito mais informação, só que eu tentei resumir o importante aqui pra vocês, porque quero continuar tentando a melhorar os estudos e a inteligência dos nossos (meus e seus) filhos!

15 setembro, 2010

Meus companheiros passageiros

(Tentem abstrair e não pensar no Lula lendo esse título, por favor)

Tem uma coisa engraçada em se pegar todo dia o mesmo ônibus, no mesmo horário, pra vir pro trabalho. A gente acaba conhecendo os passageiros daquele ônibus, e ficando quase íntimos deles sem nunca ter trocado uma palavra com ninguém.

Todos os dias são as mesmas pessoas, que sentam geralmente nos mesmos lugares e têm sempre a mesma conversa. Então resolvi fazer uma lista pra vocês conhecerem meus companheiros passageiros, que eu encontro todo dia:

- Em primeiro lugar, euzinha, que sento sempre no fundão na janela esquerda. Nesse lugar o ônibus pula bem mais e o sol bate o caminho quase todo, e mesmo sendo estranho eu gosto disso.

- Um casalzinho que sempre está junto (leia-se grudado). Ele sempre está de boné e ela de cabelão molhado, todo dia, e eles sentam juntos e ele coloca o braço dele atrás do pescoço dela, o caminho todo. E eu fico com agonia, pensando se ela não fica com torcicolo.

- Um moço que está sempre de terno e gravata, normalmente senta na minha frente.

- Uma moça bem magrinha, bonitinha, que sempre tem que ficar em pé pois já não tem mais lugar e acaba sempre vindo ficar em pé na frente do moço de terno. Ele sempre se oferece pra segurar a bolsa dela, ela aceita, mas não trocam mais nenhuma palavra. Mas eu acho que isso é uma paquera, já que ela sempre vem pro lado dele e ele sempre é gentil com ela. Só que se continuar nesse passo pode ser que eles se beijem pela primeira vez em 2015...

- Uma senhorinha bem pequenininha e magrinha, de cabelo curtinho, que com certeza ainda trabalha fora. Ela sempre senta naquele banco de costas pro fundo do ônibus.

- Tem uma turma de 3 amigos, sendo uma moça loira, uma mulher morena e um moço branquelo de terno que sempre estão no fundão do ônibus, do lado direito. E vão conversando o caminho todo. As moças têm papo de leitoras de revista Nova e o moço parce bem tímido.

- Tem 3 moças que trabalham na loja infantil Xiquita que vêm o caminho todo falando mal das pessoas que trabalham na loja, falando sobre quem vendeu mais que a outra, essas coisas. Fofoca pura logo de manhã...

- Tem 2 amigas, mulheres de uns 30 anos, que se separaram dos maridos e foram morar juntas, cada uma com seu filho de 3 anos. E elas estão sempre conversando, sobre onde devem comprar um fogão novo, como ajeitar o quarto pros meninos, que eles vão crescer como irmãos, quem vai sair à noite e quem fica com as crianças... Taí um novo tipo de formação familiar, amigas separadas que juntam as forças pra criar os filhos. Legal!

- O cobrador tem barba, cara de mau, é super sério, mas tem as unhas feitas e pintadas com base.

- Tem um homem bem sem noção que se encharca de perfume todo dia antes de sair de casa, e quando ele senta perto de mim dá até enjoo.

- Tem uma senhora de uns 50 anos que é dona de uma academia aqui no centro. Essa é uma figura! Ela é toda simpática, bonitona, e fala pelos cotovelos, conhece quase todo mundo. Ela está tentando comprar um fusca pra reformar, pintar de rosa e transformar em conversível, porque outro dia ela viu um fusca assim e se apaixonou. Ela tem um filho, chamado Lucas, e sempre diz que ela está aprendendo com uma amiga que está fazendo terapia, que as mães precisam incentivar os filhos a dar valor aos pequenos gestos. Que ela ensina isso pro filho, mas que o pai estraga tudo (eles são separados). Que o pai só coloca o menino pra baixo, e tal. Aí outro dia eu levei um sustão, pois o Lucas entrou com ela no ônibus, e já é um homem! Deve ter uns 20 anos! Hahaha

Enfim, esses são os meus “amigos” de vista. De qualquer forma, eles fazem parte da minha vida e eu da deles. E isso é bom! Sou feliz que eles existem!

14 setembro, 2010

Constatação

Eu ando acreditando que a gente deve levar uma vida simples, frugal, e não se preocupar muito com os bens materiais.

E constatei, observando todos os aparelhos de celular de todos à minha volta (no trabalho, em casa, no ônibus, nas ruas) que ninguém tem um aparelho de celular mais simples do que o meu! E sabem, eu tô bem feliz com ele! Já tenho ele há 2 anos. Ele recebe e faz chamadas, tem uma bateria que dura 1 semana e tem a função despertador. É tudo que eu preciso!

Então enquanto ele não quebrar eu não vou trocar!

Tenho dito!

13 setembro, 2010

Meu passado me condena - Rambo II

Aposto que vocês estavam esperando ansiosamente por mais uma revelação triste do meu passado. Eu entendo, faz parte da natureza humana! Espiar a vida dos outros e dizer:

- Ahá, tá vendo, ela não podia ser tão certinha assim!

Por isso estou aqui de peito aberto admitindo meus erros pregressos, kkkkk!

Pois então, quando eu tinha o que, uns 10 anos, eu assisti ao filme Rambo II na TV (e gravei em fita VHS). E preciso dizer que foi amor à primeira vista! O que era aquele homem, honesto, passando um monte de perrengues pra salvar um monte de gente no Vietnam? Ele enfrentava sanguessugas, vietcongues, explosões, torturas, tudo pelo bem de seus companheiros americanos! E conseguia sempre escapar! E tinha uma moça vietcongue que acompanhava ele, e eu me lembro bem da cena em que ela pedia:

- Me leva com você? Me leva?



Nossa, eu achava ele lindo, inteligente (?), honesto (?), corajoso... Eu sei que a minha fita VHS ficou gasta de tanto que eu assisti ao filme. E não pensem que eu assistia no sofá, normal, não. Eu colocava o filme pra passar, subia em cima do telhado da garagem e ficava assistindo lá de cima através da janela da sala. Claro, pra ter aventura, oras! E quando eu saía na rua eu amarrava uma fitinha vermelha na cabeça, hahaha. E pegava a lixa de unha da minha mãe que era de metal e levava junto, pra me “defender” caso eu precisasse (crente que a lixa era uma faca, hihihi). Mas não pensem que era só isso não. Eu também entrei numas de que a gente tinha que ser forte, corajoso, e comecei a treinar a me equilibrar e andar em cima do muro. Mas também obrigava meus irmãos e minha pobre priminha caçula a andarem no muro, pra virarem gente! E não queria colocar blusa quando tava frio e dormia no chão ao lado da cama pois “eu tinha que me acostumar”. Subia em todos os muros, árvores, telhados que eu podia. E uma vez eu estava no mercado com minha mãe e vi na sessão de discos (LPs) o disco do Rambo III, e claro que eu fiz minha mãe comprar um pra mim. E o disco quase furou de tanto tocar!

Hoje em dia eu penso nisso e não sei bem dizer o que aconteceu, qual foi a graça que eu vi nisso tudo. Acho que eu tenho espírito aventureiro, e me identifiquei. E eu só parei de assistir diariamente ao Rambo pra começar a assistir ao Indiana Jones, que foi meu próximo ídolo. Daí eu tinha certeza de que quando eu crescesse ia ser arqueóloga! E assim continuou.

Eu tinha um amigo que um dia me disse que o pior medo dele era que os filhos dele não tivessem paixões na vida. Que é muito ruim uma pessoa passar pela vida sem grandes paixões. Então ele incentivava os filhos com as paixões deles.

E agora eu tenho certeza de que a minha infância também foi recheada de paixões.

11 setembro, 2010

Pérolas musicais - Índios - Legião Urbana

Pois é, eu fui adolescente nos anos 80, o que me faz ser fã do Legião e conhecer muitas de suas músicas de cor. Eita, que esse sim, era um poeta!
Mas a música deles que eu mais gosto, com a letra mais linda, é Índios, sem dúvida.

Como essa música é demais, aí vai a letra inteira pra gente relembrar:

Quem me dera
Ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro
Que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha

Quem me dera
Ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda

Quem me dera
Ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Entender como um só Deus
Ao mesmo tempo é três
Esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
Sua maldade, então
Deixaram Deus tão triste.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do iní¬cio ao fim.
E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Acreditar por um instante
Em tudo que existe
E acreditar
Que o mundo é perfeito
Que todas as pessoas
São felizes...


Quem me dera
Ao menos uma vez
Fazer com que o mundo
Saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz
Ao menos, obrigado.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado
Por ser inocente.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim

Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.
E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.


Disponível em http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/92/

Beijos e bom final de semana!

10 setembro, 2010

Por que consumir orgânicos?

Os alimentos orgânicos são aqueles produzidos sem o uso de pesticidas e com adubação apenas com produtos naturais, nada de fertilizante químico. Como estou me naturebando (vixe) pra viver uma vida melhor, fui pesquisar quais são os motivos da gente procurar comprar os alimentos orgânicos. Eles costumam ser mais caros, será que vale a pena? Se você tem essa dúvida, veja abaixo 10 motivos pra gastar um pouquinho mais quando for fazer a feira...

1) O principal motivo, pelo menos pra mim, é o fato de que alimentos orgânicos não contêm pesticidas, que são venenos que repelem os insetos indesejados da lavoura, mas que ficam retidos nos alimentos, nas cascas... Muitas vezes lavar bem o alimento não retira o veneno todo. E se é veneno, com certeza não faz bem pra gente também...
2) Os pesticidas são prejudiciais principalmente pras crianças no começo da vida, é por isso que os pediatras pedem pra não dar morango antes de 2 anos de idade, pra descascar as maçãs... O veneno no corpo de um adulto não faz tanto mal quanto no corpo de uma criança.
3) Os alimentos orgânicos são mais nutritivos e mais saborosos.
4) Quando consumimos orgânicos ajudamos o pequeno agricultor, já que agriculturas orgânicas não conseguem ser muito extensivas.
5) Além de incentivar o pequeno agricultor, ajudamos a proteger a saúde dele também, já que ele não tem que lidar com os venenos.
6) Uma agricultura orgânica não consome fertilizantes e pesticidas artificiais, que são produzidos em grandes fábricas, reduzindo a poluição e o aquecimento global.
7) Quando não são utilizados químicos na lavoura, o solo não é contaminado, fica protegido e mais fértil.
8) Se o veneno não vai pra terra também não chega aos rios e lençóis freáticos, protegendo a água.
9) Além disso, não havendo veneno no ambiente a biodiversidade (plantas, animais e microorganismos) local também fica intacta.
10) Se a gente gastar um pouquinho mais comprando orgânicos com certeza economizaremos mais pra frente, com remédios e consultas médicas.

E nem sempre é preciso gastar muito com alimentos orgânicos. Eu descobri uma vendinha bem pequena perto de casa pertencente a uma família de italianos, quem cuida da venda é a dona Ivone, uma simpatia de senhora, que conversa um monte e faz as contas todas de cabeça. Então essa família planta os alimentos ali mesmo, ao lado da venda (as verduras, principalmente, que demandam mais cuidados) e numa chácara deles um pouco mais longe dali. E sem usar agrotóxicos. E o preço é praticamente o mesmo do mercado. Nem sempre as frutas e legumes são tão bonitos quanto os do mercado, afinal, não foram “protegidos” pelos pesticidas nem cresceram tanto por causa dos super fertilizantes, mas o gosto... é outra história!

Eu espero que cada vez mais pessoas passem a comprar orgânicos, para que aumente o número de produtores orgânicos e quem sabe os preços caiam. Assim, todo mundo vai poder levar uma vida mais saudável!

09 setembro, 2010

Aprendendo o valor do dinheiro - mesada

Quando eu era criança ganhávamos da minha mãe uma mesada. E era mesada mesmo, no final de cada mês. Não era muito dinheiro, mas era uma festa, pois a minha mãe dava o dinheiro pra gente e nos levava à loja de brinquedos, pra cada um comprar uma coisinha.
Eu comprava um bonequinho dos ursinhos carinhosos todo mês.

Essa proposta da mesada era legal, porque assim a gente não ficava pedindo coisas pra minha mãe, se a gente quisesse tinha que esperar o fim do mês pra comprar algo.

Mas depois que tivemos a Marina eu e meu marido começamos a pensar em como apresentar o dinheiro pra ela. Como fazer ela entender que é importante, que não se pode desperdiçar, como controlar, essas coisas?

Então no começo (quando ela tinha uns 3-4 anos) meu marido fez um cofrinho pra ela, no qual ele colocava as moedinhas que ele sempre tinha nos bolsos (puts, é, eu nunca colocava moedinhas, mãe muquirana, hahaha). E o pote logo ia ficando cheio, a gente contava as moedas com ela, e quando tinha um valor razoável ela podia ir na loja e escolher algo dentro do valor. Nossa, essa parte é difícil mas importante, porque no começo eles não entendem quanto vale o dinheiro, e acham que podem comprar qualquer coisa da loja, e ficam frustrados quando percebem que não é bem assim. Mas a frustração é importante, e assim eles aprendem que um monte de moedinhas não pode comprar tudo.

E assim a gente ia, até que um dia numa palestra o psicólogo explicou que o procedimento correto é diferente. Ele explicou que o correto é dar um valor fixo, com o qual a criança pode contar, uma vez por semana. Então seriam semanadas, e não mesadas, entenderam? Porque assim a criança não ganha e gasta tudo de uma vez. Ela pode gastar o valor da semana rapidinho, mas logo ela percebe que se ela economizar e juntar com o da semana que vem ela vai ter bem mais e comprar algo melhor. E convenhamos, é mais fácil juntar o dinheiro de duas semanas do que o de dois meses! É também uma forma do dinheiro estar presente no cotidiano dela, não aparecendo só uma vez por mês (pena o nosso salário não acompanhar esse raciocínio, né gente?).

Continuando, o valor que a criança deve receber toda semana é igual à idade dela. Ou seja, se ela tem 5 anos, vai receber 5 reais por semana. E conforme ela vai crescendo a necessidade de dinheiro dela também cresce, e a “semanada” também. Bem justo!

Passamos a aplicar isso com a Marina quando ela tinha uns 5 anos, eu acho. Mas daí em diante tivemos muitas dúvidas. No começo ela não se importava muito com o dinheiro, e ele ficava lá, e ela ia juntando, mas sem muita noção de que estava economizando, sabe? Aí um dia ela ia numa loja e comprava algo legal que ela queria (normalmente uma Barbie). A coisa mudou um pouco quando ela foi para o colégio grande e teve acesso à cantina da escola. Daí virou um problema, pois ela gastava a “semanada” dela em paçoca. Comprava 20 de uma vez. Aí a gente sentava com ela, explicava que não precisa comprar tanta paçoca e gastar o dinheiro dela todo de uma vez. Aí ela entendeu que não conseguia comer tanta paçoca e passou a pagar sorvete pros amigos... Enfim, o importante pra ela era gastar o dinheiro! Tudo bem, o dinheiro era dela, afinal.

Aí um belo dia ela fez uma manobra radical com a bicicleta dela lá no condomínio e quebrou a roda dianteira. Meu marido levou ela à bicicletaria pra consertar, mas avisou que se ela repetisse a manobra e quebrasse a roda de novo ela ia pagar o conserto com o dinheiro dela. Bom, passou um tempo e ela quebrou de novo a roda (sim, a Marina é bem radical). Lembramos ela de que agora era ela quem tinha que pagar pelo conserto. Xiiii, mas ela estava sem dinheiro. Então ela economizou o dinheiro dela (e parou de comprar paçocas e pagar sorvete pros amigos) até ter o dinheiro pra arrumar a roda (10 reais, nós não somos maus, tá gente?). E ficou 2 semanas sem andar de bicicleta, fazer o que... Também, não quebrou mais a roda!

A mesma coisa foi com os lápis. No começo do ano comprei os lápis que a escola pedia (uns 5). Em março ela já estava sem lápis. Comprei mais alguns. Em abril eles já haviam acabado de novo. Dei uma reclamada, expliquei que lápis custa dinheiro, que não pode ficar apontando à toa nem deixar ele cair toda hora, e comprei mais. Em maio eles já haviam acabado de novo. Daí eu cansei e mandei ela comprar lápis com o dinheiro dela. E assim estamos. Quando ela precisa de lápis ela mesma que compra. Os lápis passaram a durar um pouco mais!

Então com isso ela aprendeu a não gastar o dinheiro à toa, por gastar. Que tem vezes na vida em que a gente gasta com coisas legais, que a gente quer muito, mas às vezes precisamos gastar com coisas chatas também. E aprendeu a não quebrar mais as coisas, nem gastar à toa. Claro que não é com tudo, ela ainda faz umas coisas erradas, e a regra é que na primeira vez, quando ela não sabia, a gente que paga, conserta, mas daí a gente avisa que tal coisa não se faz, e que na próxima é ela quem vai pagar. Aí ela fica mais esperta!

E com tudo isso, devagarzinho, vamos tentando ensinar a ela o valor do dinheiro, e pra que é que ele serve. Se estamos no caminho certo, só o futuro dirá!

08 setembro, 2010

Enquete: Futuras grandes alegrias

Eu andei pensando sobre meus sonhos, meus projetos, tudo o que eu ainda gostaria de fazer nessa vida, e pensei numa enquete legal pra propor pra vocês! Cada um tem que escrever, resumidamente, quais serão as suas próximas 5 grandes alegrias na vida. Escrever com fé, como se fosse acontecer, mesmo. Quem sabe isso não anima a gente a correr atrás dos nossos sonhos? Porque às vezes a gente perde o foco, não sabe nem o que quer da vida, e daí fica difícil evoluir. Então, vou começar:

Eu vou estar bem contente e alegre no dia em que

- eu for morar na minha casa própria.
- eu reencontrar meu irmão e minha cunhada e conhecer minha sobrinha linda.
- eu plantar uma pitangueira, um limoeiro, uma laranjeira e um carvalho canadense no lugar onde eu for morar.
- eu puder ir pra praia de novo, nadar no mar.
- eu conseguir ter uma máquina fotográfica bem legal, pra tirar fotos melhores dos meus filhotes.


Até que não tá tão difícil... Então, bora correr atrás dos nossos sonhos?

07 setembro, 2010

Bom feriado!!!

Oi pessoal!

Só passei pra desejar um bom feriado pra todo mundo!

Divirtam-se!

06 setembro, 2010

3º (e último) grande prêmio “Os maiores comentaristas do Interferência”

Eita, que mais um mês acabou e eu não tinha me dado conta! Que coisa!

Pois é, agosto se foi (ainda bem) e chegou a hora de premiar os meus queridos e fiéis comentaristas do blog! E atenção, tivemos muitas surpresas esse mês! Então que rufem os tambores, porque aí vão os vencedores...
.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.



1º lugar – Sílvia K. e Sabine, empatadas com 17 comentários!!!!! Eba, temos duas vencedoras!

2º lugar – O Denis, com 16 comentários! Eita, que esse menino não arreda pé do segundo lugar!!! Hahaha

3º lugar – A Beirauti, com 14 comentários! Vixe, esse mês vou ter que produzir prêmios sem lactose, kkkkkk!



E por pouquinho (de novo) a Sílvia H. não empata em terceiro, pois ela fez 13 comentários.

E cadê a Jerusa, minha gente? A Je ficou em 5º lugar com 11 comentários. Acho que a Je desanimou de tanto ganhar, hahaha! Ou resolveu dar chance pros outros. Ou não gostou dos cookies do mês passado...

Mas Je, eu só quero pedir pra você nunca deixar de comentar no blog, mesmo estando longe de mim, tá?

Espero poder fazer a premiação na quinta-feira, e espero tirar fotos!!! Mas e você, Bi, que mora do outro lado do oceano? Como vou mandar um prêmio pra você? Vou pensar bem no assunto...

E Denis, vê se vem buscar seus prêmios logo, porque a geléia de morango não tem conservantes, viu?

E a todos os outros que também participaram (Ane, Sá, Kati, Thays e Ianzen) muito, muito obrigada! E claro, obrigada também a todos que de vez em quando dão uma passadinha aqui, mesmo sem deixar comentários. Eu sei que vocês estão aí, e é isso que importa!

Beijos!

04 setembro, 2010

Pérolas musicais - Ironic - Alanis Morissette

Eu gosto muito das músicas da Alanis, em especial dessa. Ela fala sobre as ironias da vida, e acho que todo mundo sabe bem do que ela está falando, porque acontece o tempo todo com todo mundo.



Well life has a funny way of sneaking up on you
When you think everything's okay and everything's going right

And life has a funny way of helping you out when
You think everything's gone wrong and everthing blows up
In your face

A traffic jam when you're already late
A no-smoking sign on your cigarette break
It's like ten thousand spoons when all you need is a knife
It's meeting the man of my dreams
And then meeting his beautiful wife
And isn't it ironic... don't you think?
A little too ironic.. and yeah I really do think...




E a tradução…


Bem, a vida tem um jeito engraçado de aprontar com você
Quando você pensa que tudo está O.K. e tudo está indo bem

E a vida tem um jeito engraçado de te ajudar
Quando você pensa que tudo está dando errado e tudo explode
na sua cara

Um engarrafamento de trânsito quando você já está atrasado
Um sinal de "proibido fumar" no seu intervalo para o cigarro
É como dez mil colheres quando tudo o que você precisa é de uma faca
É encontrar o homem dos meus sonhos
E então encontrar a linda esposa dele
E isso é irônico... você não acha?
Um pouco irônico demais... eu acho...




A letra e a tradução completa podem ser conferidas aqui aqui:

http://letras.terra.com.br/alanis-morissette/123/traducao.html


Beijos e bom final de semana!

03 setembro, 2010

É cada uma que a gente escuta... A coitada da grávida

(Pensaram que iam ficar uma semana inteira sem uma das minhas histórias de conversas de ônibus? hehehe)


Cenário: Ônibus do bairro, lotado, já indo pra casa.
Horário: Umas 7 da noite.
Personagens: Uma moça, de 23 anos, bem arrumadinha e de coque na cabeça, a Dani sentada ao lado no banco. Entra no primeiro ponto uma senhorinha que veio cumprimentar minha vizinha:


- Oi, minha filha, como vai, você tá boazinha?
- Sim, tô sim.
- De onde você tá vindo?
- Ah, eu arrumei um emprego, hoje foi meu primeiro dia.
- É mesmo? Onde?
- Na padaria XXXXX, sabe?
- Ah, sei, sei. Mas e você não está mais grávida?
- Tô, tô sim.

(A moça começa a balançar a perna de nervoso).

- Mas eles pegaram você mesmo sabendo que você tá grávida?
- É que eu não contei ainda...
- Nossa, mas como você vai fazer? Tem que contar!
- É, vou ver se eu me acerto lá, daí eu conto!
- Hum, e de quanto tempo você tá mesmo, menina?
- De 3 meses!
- E tá tudo bem?
- Sim, tá sim.
- Mesmo?
- Sim, sim.
- Você tá com quantos anos mesmo?
- 23
- Ah, então já não é tão novinha, tudo bem pegar barriga. E o pai da criança, vai assumir?
- Acho que vai...
- Por que acha?
- É que faz 1 mês que a gente se separou... Tamo sem se falar...
- Ah, mas eu sabia! Eles sempre fazem isso!

(Perna da moça balançando freneticamente, e a danada da senhorinha falando cada vez mais alto).

- Esses homens não são de nada! Embarrigam a menina e depois saem fora... Bando de safado! Na hora do bem bom tá tudo certo, tudo lindo, depois sobra pra moça criar a criança!
- Na verdade eu briguei foi com a mãe dele, que a gente tava morando junto na casa dela, mas não deu certo! Com ele mesmo estava tudo bem.
- Ah, mas a mãe dele eu conheço, é uma praga, mesmo! Aquela mulher é uma sem-coração! Nunca que ia dar certo mesmo, você e ele...
- Ih, olha, passei do meu ponto!
- É mesmo?
- É, eu tinha que ter descido lá atrás!
- E vai descer aqui, é? Não é longe, né? Desculpe, falei tanto que te distraí!
- Tudo bem! Tchaaau!
- Tchau, desculpe!


E claro, eu fiquei pensando na situação da pobre moça, no meio do ônibus lotado, tendo que dar explicação da vida dela pra todo mundo ouvir! Tem gente que não tem noção mesmo!

02 setembro, 2010

Mundo esterilizado

“Germes, bactérias, vírus, álcool gel, sabonete Protex, e sapato no pé, menino, pelo amor de Deus!”

Isso tudo faz parte do dia-a-dia das crianças de hoje em dia. Parece que quanto mais as cidades crescem, o concreto se espalha, a terra e as plantas vão se acabando, mais as pessoas ficam medrosas.

- Ui, pisar na terra descalço nem pensar! Vai sujar!
- Brincar na caixa de areia, menos ainda! Vai saber todos os germes que estão aí!
- Pisar na grama também não pode, pode ter aranha!
- Não mexe no cachorro, que ele tem pulgas!



Pra quem não tem filhos tudo isso pode parecer exagero, mas quanto mais eu convivo com mães e pais dos amiguinhos dos meus filhos mais eu me impressiono. A coisa é séria! As coitadas das crianças hoje em dia não podem mais fazer nada, não podem ser crianças! Imagina uma infância onde não se pode correr descalço, levar picada de borrachudo, nadar num lago, subir em árvores, rolar na grama, se lambuzar de sorvete, tomar banho de mangueira, que tristeza!



E não acho que a culpa de tudo isso seja o fato de muitas crianças hoje em dia viverem em apartamento. Essas com certeza estão em desvantagem, mas no condomínio onde eu moro tem espaço e grama, areia, terra, árvore de sobra pra criançada brincar, e muitos deles não brincam assim. Os pais não deixam. Já colocaram todo o tipo de medo de inseto, doença, perigo na cabeça das crianças, acho que pra garantir que eles não vão desobedecer. E elas ficam lá, limpinhas, de sapato no pé, sentadinhas, só olhando as outras crianças que brincam e se esbaldam.



A Nina e o Rafa ficam soltos, brincam a valer, porque eu também fui criada assim, como criança de verdade. Não havia nada que um vermífugo não resolvesse, nem que um bandaid e uma boa noite de sono não curasse. E não tem nada mais gostoso do que ver o filho da gente imundo no fim do dia, com um sorriso imenso no rosto depois de muito divertimento, tomar um banho bem gostoso, ficar bem limpinho e cheirosinho e ir pra cama, descansar e sonhar com as novas aventuras vividas!

01 setembro, 2010

O que esperar quando você está esperando


Dica de livro-bíblia para grávidas, que eu ganhei de presente da minha querida prima e que foi muito útil na minha gravidez:

O que esperar quando você está esperando
Arlene Eisenberg, S. E. Hathaway e Heidi Murkoff

É um livro que não tem figuras, mas tem resposta pra praticamente todas as dúvidas que a gente tem na gestação.

Fica a dica, principalmente pras minhas duas queridas amigas gravidinhas de primeira viagem, Ane e Beirauti!

Beijos!