19 julho, 2010

É possível aprender a amar matemática?

Eu sempre fui inimiga da matemática. Sofri pra caramba com ela já desde a sexta série. Não conseguia entender, muito menos gostar. E o maridão também nunca foi assim, digamos, um bom aluno.

E pode parecer piração, mas desde que a Nina era pequenininha eu tinha dó de que ela sofresse com a bendita matemática no futuro. Então já tracei um plano pra que isso não aconteça. Decidi que ela vai gostar de matemática e ser boa nisso. (hahaha, me senti muito poderosa agora)

Mas como ensinar matemática pra ela, se nem eu nem o pai gostamos? Talvez a gente não consiga nem explicar pra ela como resolver os exercícios quando ela for maior... Como fazer?

A primeira coisa que pensamos era que pra ir bem em matemática ela teria que gostar da tal matemática. E como fazer uma criança pequena gostar de matemática? O que a gente sempre fez foi brincar de matemática com ela. Antes mesmo de ela aprender na escola a gente já explicava sobre os números, contava objetos, ensinou ela a contar nos dedos, ensinou a ela que quando os dedos não são suficientes ela deve começar pelo maior número da soma na cabeça e continuar a contagem com os outros 10 dedos, enfim, sempre demos dicas. No carro, quando a viagem era mais longa, a nossa diversão era ir propondo continhas matemáticas pra ela resolver, no começo sempre fáceis, pra ela acertar e se sentir bem, e em seguida vinham umas mais difíceis, que quando ela conseguia fazer a gente comemorava um monte. Logo essa era uma das diversões preferidas dela, e os nossos amigos até estranhavam, aquela menininha pequenininha pedindo pra gente brincar de fazer conta! A matemática entrou na vida dela como uma gostosa brincadeira.

Além disso a gente sempre disse pra ela quão inteligente ela é, e como ela é boa em matemática! (de novo a afirmação das coisas positivas, como ensinam os psicólogos)

Quando ela começou efetivamente a aprender matemática na escola, como já estava esperta pelos primeiros ensinamentos que a gente deu pra ela em casa, ela já se destacava do resto da turma. Então a gente reforçava mais ainda, como ela é boa em matemática! Que ela nunca vai ter problemas na escola! E ela acredita muito nisso. E até agora nunca teve dificuldades em matemática, e adora! Quando a lição de casa é de matemática ela fica toda feliz!!! Até o diretor da escola dela um dia veio falar com meu marido que ficou sabendo sobre as habilidades dela com os números, vejam só!

Então por enquanto a coisa está funcionando muito bem. A gente espera que esse amor pela matemática continue, assim tenho certeza que ela nunca vai ter dificuldades mais pra frente e se Deus quiser nunca teremos que ajudar ela com nenhum exercício, hehe!

Eu não posso provar que ela goste de matemática por causa do nosso “plano”. Pode ser que ela já tivesse mesmo esse dom, vai saber. Mas eu acho que não custa nada a gente reforçar as qualidades da criança pra ela se sentir mais confiante.

E uma vez o psicólogo (e matemático) Marcos Meier contou o caso dele numa palestra à qual assistimos. Ele disse que ele tem um irmão 1 ano mais novo que ele. E que esse irmão era bem grandão, então parecia que os dois tinham a mesma idade. E que a vida toda o pai deles achava que o irmão mais novo já tinha que saber as coisas que o Marcos sabia fazer. Só que entre crianças 1 ano é muita diferença, elas não têm as mesmas capacidades. E o pai comparava os dois e o caçula cresceu se sentindo inferior. E o pai deles sempre dizia que o Marcos era bom em matemática. Mas quando ele estava na sexta série ele teve dificuldades com um tipo de conta e tirou umas notas baixas. Mas ele se lembrou do pai dizendo que ele era bom, que nunca ia ter dificuldade, acreditou naquilo e se esforçou mais, e superou o problema. No final se formou em matemática, em psicologia, e se tornou um homem bem sucedido.

E o irmão caçula dele? Parou os estudos cedo e virou caminhoneiro. E nem mesmo o irmão psicólogo conseguiu tirar essa imagem de que ele não é inteligente de dentro dele mesmo.

Por isso eu peço, pra gente ter um mundo melhor no futuro, vamos incentivar nossas crianças, elogiar, transformá-las em pessoas boas e confiantes. Porque o maior tesouro que a gente pode deixar pro mundo são pessoas de bem (e inteligentes, hehe).

6 comentários:

Je disse...

Concordo com vc Dani...incentivar é o melhor.
Mas como vc citou o Marcos Meier que eu adoro aproveito para falar outra coisa que ouvi ele dizendo um dia desses: "Elogiar a criança quando realmente ela fizer algo que mereça um elogio". Ele explicou que algumas vezes os pais perdem a medida e os filhos começam a se achar os "poderosos" e que tudo o que fazem são perfeitos e melhores que os outros...Se a criança não fizer algo certo devemos mostrar para ela que errar faz parte do processo e ensinar como fazer corretamente e ai sim elogiar pelo esforço dela.
Acho que falei d+... ;)

Magnum Opus disse...

Boa dica! Se acontecer de algum dia eu ter um filho vou fazer isso! Quando eu estava na 5ª série, ano que fui expulso do Colégio Martinus por mal comportamento, meu professor de matemática me chamou de japonês burro e até hoje eu não sei fazer conta direito. Nem Kumon adiantou... Preciso de uma regressão!!!

Dani disse...

Je, bem lembrado. Os elogios têm que ser sempre sinceros, senão a criança não acredita. A Nina, por exemplo, não gosta muito de desenhar. Não capricha, não se esforça, tem preguiça de pintar, então não tem como elogiar nesse sentido. Eu só elogio quando ela realmente se esforça e faz um desenho legal. E chamo a atenção de coisas que ela faz errado, como redações com 3 linhas apenas, essas coisas. Então é bem isso, tem que elogiar com sinceridade, hehe!

E Denis, eu também tive traumas matemáticos. Na sexta série na primeira prova do ano eu tirei 2. Aí a professora me escrachou, na frente da classe toda, disse que desse jeito eu ia repetir, e eu fiquei apavorada. Aí nas próximas provas eu já chorava antes mesmo de começar a fazer. No meio do ano quando minha mãe viu o boletim, ao invés de me dar bronca, ela perguntou o que estava acontecendo, que eu era tão inteligente, que não era nada, eu ia fazer umas aulas particulares e ia sair dessa. Resultado, fiz uma aula particular e já tirei 9 na outra prova. Aí consegui melhorar minhas notas. Graças à confiança que minha mãe teve em mim, ainda bem.

Pé Mimado disse...

Olha só, quantos aprendizados!
Eu já sabia dessa de "elogiar a criança quando ela realmente merece o elogio" e vice-versa. O que eu nunca entendi foi eu me dar bem em matemática, física e química, sendo que eu nunca fui fã dessas matérias. E a minha mãe nuuuunca me elogiava (e é por isso que eu sempre me senti inferior aos meus irmãos... bem, mas isso é outra coisa...para outra ocasião).
Mas eu acho muito legal a forma que vc ensina a Nina, Dani. A criança começa a se interessar (pq gostar é muito forte) quando tem estímulo do adulto. E o que vc e o Marcelo estão fazendo é muito bom pra ela. Parabéns!

Bi disse...

Oi Dani!

Adorei as dicas...
Fazemos o mesmo com o Nicholas, mesmo ele sendo pequenininho e não entendendo o que exatamente é contar, encorajamos para que ele já vá aprendendo devagarinho...
Contar os degraus da escada, os dedos da mão, esse tipo de coisa... e ele até conta com a gente, mas vai direto pro "xinco, xeix, xete"...
Essa é a idéia!!!
Não sabia que você postava todo dia (ou quase)... vou visitá-la mais constantemente...

Beijo!

Ana disse...

Hahaha, queria eu ter tido pais como vocês. Quem sabe hoje, eu não sofreria tanto com a bendita matemática :)
Parabéns para os dois e com toda certeza a filha de vocês será uma mulher inteligentíssima e excelente em matemática.