Ontem estávamos na sala eu, a Nina e o Rafa. Eu batendo um bolo, os dois perto de mim. O Rafa estava gritando, acho que de alegria, sei lá, no meio da brincadeira. Mas estava gritando com gosto! E logo a Marina me solta essa:
- Nossa, mãe, deve ser tão gostoso ser bebê!
- Por que, filha?
- Ah, deve ser gostoso a gente poder gritar quando quer! Sabe, deve ser bom poder soltar o sentimento que a gente tá sentindo! Posso gritar também, mãe?
- Não, não pode, filha, por favor! Já basta seu irmão! Rafa, para de gritar!
E eu fiquei pensando depois em todos os sentimentos que a gente tem que aprender a dominar quando está crescendo. A Nina já sabe que não pode ficar gritando sempre que ela quer, coisa que o Rafa ainda não aprendeu. Mas ela ainda grita quando está brincando lá fora, quando está andando de bicicleta, quando está balançando... Algum dia ela vai parar de gritar nessas ocasiões também. Vai cada dia mais passar a controlar os sentimentos, escondê-los. A raiva, o medo, a euforia, a inveja, a tristeza... Vão ficar todos guardados, disfarçados, e ela vai ser uma adulta equilibrada, normal. Enfim, uma pessoa pronta para conviver em sociedade.
Mas ai, que às vezes dá na gente também uma vontade louca de deixar todos eles escaparem!
10 comentários:
Ah, Dani! Eu ando me sentindo assim. Com vontade de sair gritando por aí, como uma louca... para espantar as angústias e os sentimentos ruins presos dentro de mim. Quem me dera voltar a ser criança... era tudo tão mais fácil.
A Marina tá certa, como é bom poder gritar..
Volta e meia dá uma vontade de gritar né? Parece que dá uma aliviada tão grande nos sentimentos...
Você pode montar um blog só com as filosofias da Marina. Esta menina é danada de esperta.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh, Dani!
Li seu texto e me deu dó da Nina...
Ela tá certa! E é tão ruim a gente guardar os sentimentos...
Talvez naquela hora, ela quisesse extravasar... e... bem, gritar e libertar os sentimentos que temos presos dentro da gente, nem sempre é sinal de desequilíbrio!
Claro, não dá pra sair gritando pela rua também, mas... se for pra extravasar de alegria, porque não gritar? Ensine-a o momento e o lugar adequados e quem sabe você não extravasa também?
Eu grito de vez em quando e te garanto: a gente se sente bem mais leve!
Beijo pra vocês todos aí... ;)
Ai Dani, eu adoro as suas reflexões sobre o desenvolvimento dos seus filhos... Mesmo sem conviver com eles, é um aprendizado para a gente.
Como adulta equilibrada (eu acho) eu não grito por aí... Mas quando dá vontade, ligo meu sertanejão aqui e canto junto! Dá uma paz depois... Cada um com seu jeito de extravasar... hehehe!
Aí os adultos inventam coisas para extravasar, vão pro estádio pra xingar, vão pra balada soltar a franga, enchem o rabo de cachaça etc... =)
Gritar! Ah quem me dera...
Poder gritar quando a tristeza bate, quando o cançaso bate.
Quando o stress se torna insuportável.
Mas não o que nos resta é chorar escondido(a.
Lágrimas! A libertação da alma.
O alívio ao coração...
É gritar faz bem mesmo... eu já passei por momentos que gritei muito (mesmo adulta, hehehe), hoje estou mais controlada. E a Marina hein, já está bem ligada no mundo que a espera, no qual temos que sr o que o mundo quer e não o que gostaríamos de ser... é a vida né... tá loco.
Gritar eu nãi grito, mas faço um barulho!
Não sou a mais equilibrada, bem pelo contrário, solto tudo. Mas aí vem o olha torto de sensura das pessoas, os comentários e até mesmo o bulling.
Mas sinceramente, dane-se!
Dá-lhe MARINA!!!!!!
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