13 junho, 2010

Papo Sério - Mamadeiras

Pessoal, eu sempre fui bem cuidadosa com a questão das mamadeiras que eu usava com meus filhos. O certo na verdade é a criança mamar só no peito até os dois anos de idade, e daí ela já está apta pro copinho, eu sei, eu sei, mas sempre voltei a trabalhar depois de 5 meses e o leite secou, aí a mamadeira veio como uma alternativa.

Eu particularmente sempre preferi as mamadeiras da NUK, fabricadas na Alemanha (será puxa-saquismo pra terrinha?). Elas são meio caras, mas valem o investimento. São ortodônticas, duráveis, têm um (segundo) furinho no bico pra fazer o ar entrar e o bebê não precisar dar aquela “respirada” no meio da mamada, além de evitar que o bebê engula ar... Têm a graduação da quantidade de pó (do leite em pó) que é necessária além da graduação em ml. Isso ajuda bastante quando às duas da manhã você vai sonada pra cozinha e resolve que só quer fazer três medidas, por exemplo, sem ter que ficar calculando. Os bicos têm três escolhas de tamanho de furo, um bem pequenininho pra água e chá, um médio pra leite e um maior pra leite engrossado. Assim, o bebê é estimulado a fazer a sucção correta independente do que estiver mamando (os bicos têm que ser comprados separadamente, não é um bico só com três furos, vejam bem). E as que eu usei com o Rafa, as NUK First Choice, são mais largas, o bico parece mais com o seio, cabe mais leite e são mais fáceis de lavar (pela largura). Além de tudo isso, eu acho as mamadeiras da NUK muito bonitas. Enfim, sempre estive feliz com minha escolha até....

Até descobrir que as mamadeiras do Rafa são feitas de policarbonato (elas têm o número 7 de reciclagem) e pelo que eu pesquisei ultimamente mamadeiras de policarbonato quando esquentadas em microondas liberam o Bisfenol A (ou BPA) no líquido, e esse BPA está sendo considerado um grande vilão da atualidade. Ele é acusado de causar vários problemas, vejam abaixo um trechinho de uma matéria que saiu na revista Crescer (disponível em http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI12555-15150,00.html):

“As consequências no corpo humano, sugerem as pesquisas, podem ser desastrosas: problemas no aparelho reprodutor (entre eles, diminuição da testosterona, aumento dos testículos e puberdade precoce), predisposição para câncer, diabetes e hiperatividade.”

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) diz que não tem problema na quantidade que é liberada de bisfenol nesse caso, mas estudos no exterior estão cada vez mais concluindo que sim, o bisfenol é um problema. Leiam a matéria completa no site da revista.

Além disso, as mamadeiras não são a única fonte que libera o bisfenol. A maioria dos plásticos rígidos quando esquentados no microondas também liberam a substância, além de muitos enlatados, que contém o bisfenol naquele revestimento interno das latas. Não são todos, mas na dúvida, vamos evitar, não é verdade? Então pode ser que só o bisfenol da mamadeira não seja muito, mas aí a gente junta com o bisfenol dos enlatados, do plástico no microondas, e pronto, já é demais!

Continuando o assunto das mamadeiras, pesquisei no site da NUK sobre o bisfenol, e lá eles têm até uma parte dedicada a esse assunto, onde eles afirmam que sempre procuram usar produtos de qualidade, falam sobre a seriedade da empresa, que os efeitos do bisfenol na quantidade liberada pela mamadeira é pequena, etc. Mas recomendam esquentar o líquido fora da mamadeira, e não deixar por muito tempo nela, essas coisas. Se realmente não fizesse mal nenhum eles não teriam que dar essas recomendações, certo? Além disso, eles já têm há algum tempo as mamadeiras de vidro de novo, e agora estão lançando várias em polipropileno, que é livre de bisfenol (e ainda reforçam, como propaganda, “BPA Frei”).

Sendo assim, estou trocando duas mamadeiras do Rafa grandes, de tomar leite, por duas livres de bisfenol (da NUK mesmo, pois minha paixão pela marca continua). Não sei ainda se no Brasil já tem, eu estou pedindo no exterior, mas se ainda não tem logo logo chega aqui. Esse é um assunto atual, que está acontecendo agora, com votações de proibição do bisfenol no exterior, etc. Quem souber ler inglês e ainda tiver dúvidas pode entrar no site do Environment Working Group (http://www.ewg.org/) pra obter mais informações sobre esse veneno e mais alguns outros.

Fica dado o palpite: quando forem comprar mamadeiras pros seus filhos ou de presente pra alguém, prestem atenção nesse dado, se forem de policarbonato (número 7 estampado no fundo) não comprem, OK?
Ou, se realmente não tiver jeito, a alternativa é esquentar o líquido num copo de vidro e só depois passar pra mamadeira, já é bem melhor.

Até mais!

3 comentários:

Je disse...

Oi Dani...legal a dica. Me diz uma coisa, qt é uma maneira dessa marca?

Eliane Felisbino disse...

Dani, como vc é antenada. Acho que preciso ler mais antes de ter filhos.
Ane

Jornada aos restos do mundo disse...

Oi Dani, convido você a conhecer o nosso site. Falamos exatamente desse assunto. Inclusive esse mês lançamos uma campanha contra o bisfenol em produtos infantis.
Abs
http://www.otaodoconsumo.com.br