30 julho, 2010

É cada uma que a gente escuta... (parte III, será que a humanidade tem jeito?)

Cenário: Ônibus ligeirinho com destino ao Terminal Santa Felicidade
Horário: Umas 7 da noite.
Personagens: Uma mulher aparentando ter uns 35 – 40 anos, bem, bem simples, falando ao celular e a Dani ao lado escutando a conversa.


-Mas hein? Ele fez o que? Amassou meu vestido? O vestido que eu vou usar hoje pra sair? Mas eu não falei que não era pra ele entrar no meu quarto? Chama ele aí no telefone, que eu quero falar com ele...

(Sentiram o drama? Fiquei até com medo!)

-Wesley, o que foi que você fez, menino? Por que você entrou no meu quarto? Amassou meu vestido? Não, ele não vai desamassar quando eu vestir não! E o cinto, onde é que você colocou o cinto? Tá, calma, não precisa chorar! Chorar agora não vai adiantar nada! Mas se você amassou meu vestido agora você precisa consertar o que fez. Faz o seguinte, pega o vestido e leva lá na casa da madrinha, explica que você amassou meu vestido que já estava passadinho em cima da minha cama e pede pra ela passar de novo. Ah, e aproveita que você vai estar lá e pede também pra ela me emprestar a plancha dela, que a Fátima vai vir em casa alisar meu cabelo. Isso, pede a plancha e o splay dela. Vai, vai dar tempo sim. Mas agora para de chorar, e me ajuda, então tá? Tá filho, Deus te abençoe. Passa pra tia de novo...


E, pra não variar, eu fiquei pensando em como essa mulher me surpreendeu! Realmente, naquela situação, não ia adiantar nada ela ficar brigando com o menino pelo celular no meio do ônibus lotado. E ela deu um jeito de fazer ele próprio consertar a situação, assumindo a responsabilidade. É o melhor que ela podia fazer, mesmo. E, naquele instante, ela não ficou sabendo, mas tinha acabado de ganhar uma fã!

7 comentários:

Bi disse...

Hahahaha...
Eu adoro as histórias que você conta!
Lembro de muitos papos que ouvia em terminais e no ônibus e a força tremenda que eu fazia pra não cair na gargalhada às vezes.
O mais engraçado é que mesmo pessoas estranhas sempre nos ensinam alguma coisa, né?!
Espero que o mocinho tenha aprendido a lição e nunca mais amasse o vestido da mamãe! rs

Beijo!

P.S: Milagre! Consegui postar comentário antes da Je... rs

Je disse...

Isso já ta virando palhaçada..tds querendo ultrapassar a Jerusa..ta loco! haha
A mulher é um case de sucesso ;)
Como sair de uma situação difícil sem muitos recursos.
Eu gosto muito de observar as pessoas no onibus e pensar na historia delas...E às vezes vc ouve cada coisa!

Magnum Opus disse...

Ah muleque! Se fosse eu já ia mostrar o poder das havaianas de pau pra ele hihihi!!

Dri disse...

É assim... é a vida. Errou, mete ficha resolver a situação e boa!
Muito legal essa história.

Bruno disse...

Sensacional a solução dela! O menino aprendeu a lição, pôde consertar o que fez e ela ainda chegou e encontrou o vestido passadinho.

:)

Pé Mimado disse...

Gostei muito da história e da maneira como ela foi contada e transportada aqui, por vc! Adorei a língua "plesa" dela e fiquei com dó da criança e da madrinha (que teve que passar o vestido de novo)...hauahuahauahauhaa!

Silvia disse...

Dani, do jeito que você conta até senti os embalos do ligeirinho... Adoro as suas histórias da vida real...