13 agosto, 2010

Bebê dodói

Segunda-feira eu cheguei em casa depois do trabalho e quando entrei no quarto vi o Rafa deitadinho na minha cama abraçadinho ao pai, chupando chupetinha e segurando o ratão dele. Os dois assistindo TV. Quando entrei no quarto ele me olhou, e voltou a olhar a TV. Não fez festinha. Não sorriu. Nem fez menção de se mexer. Continuou lá, agarradinho no pai, olhando pra TV.

Eu (que às vezes também sou uma mãe encanada) logo pensei:

- Tá vendo? Eu sabia que isso ia acontecer! Passo o dia todo fora, trabalhando, e ele já não me reconhece mais! Já nem liga pra mim!

E coloquei minha bolsa no lugar, passei em frente à TV pra ver se ele me olhava, e nada, ele continuava lá quietinho na dele olhando a TV. Fiz barulho, conversei com meu marido, e nada. Aí não aguentei e disse:

- Nossa, que delícia, com você ele fica aí quietinho, curtindo, e não fica correndo pra lá e pra cá, querendo pular da cama, pegar o despertador, nem pulando na sua barriga!

- É porque ele tá com febre!

Ah tá, então agora a apatia do meu pitico estava explicada! Ufa!

Puxa, mas febre de novo? O que seria? E passamos a noite de segunda bem mal, porque ele teve febre, chorou pra caramba, ficou super incomodado, o remédio que eu dei não fez efeito, e ele só melhorou quando dei outro, às 5 da manhã. No dia seguinte ele ficou bem chorão, segundo a minha mãe, mas não teve febre alta. E de noite começou de novo, e a choradeira foi maior ainda. Praticamente não dormimos. E na quarta de manhã eu resolvi levar o Rafa no pronto-socorro. A médica examinou ele, o ouvido estava bem, a garganta meio vermelhinha, o nariz tava bem congestionado, mas o quadro já indicava melhora, não foi preciso dar grandes remédios pra ele. O corpo dele acabou combatendo o resfriado sozinho nesses dois dias. Ainda bem.

E eu me lembrei de como foi com a Nina, primeira filha, quando era bebê. Os médicos sempre dizem que é pra levar a criança pro pronto-socorro só se a febre for muito alta e deixar a criança muito mal, mas quando só tiver febre normal é preciso esperar 48 horas. Quem não tem filho pode não entender, mas esperar 48 horas com seu filhote doentinho e choroso é o fim da picada! Essa história me matava! Como assim, coitada da criança, tem que esperar todo esse tempo pra ser diagnosticada e poder enfim ser medicada? E eu não queria nem saber, quando a Nina tinha febre a gente já levava ela ao pronto-socorro. Os médicos examinavam, e diziam que ainda não tinha sinal de nada, que eu voltasse lá dali a 48 horas se a febre não cedesse.

Que raiva! Eu não me conformava. Eu achava que esses médicos não sabiam de nada, eram uns incompetentes e não sabiam diagnosticar as doenças da minha filha.

Até que um dia resolvi esperar as tais 48 horas pra levar ela, e não é que nessas 48 horas ela sarou sozinha? E nas outras vezes, quando ela não sarava, aí sim o pessoal do pronto-socorro podia ver o que ela tinha, se era garganta, ouvido, etc. Então é assim mesmo que funciona normalmente, o corpo leva umas 48 horas pra "mostrar" o motivo da febre. Antes disso fica difícil. Agora eu entendo.

Outra coisa é deixar a criança com febre. Com a Nina eu nunca deixava, tadinha, imagina, se existe remédio pra que é que vou deixar a criança sofrendo?
Mas hoje em dia eu percebo que a febre realmente ajuda o corpo a combater a doença, ela é a defesa do corpo. Da dó, mas precisa. Então eu só dou remédio se a febre passa dos 38,5ºC ou se a criança tá realmente muito incomodada. Ou de noite, pra criança conseguir dormir bem. Mas durante o dia a febre vai fazendo o seu efeito...

Então eu só quis deixar aqui esse relato pra todos vocês que já têm filhos ou ainda pensam em ter. Porque quando a gente tem um bebê tem a fase dele ficar doente sem parar. E isso é normal, não precisa se preocupar muito, e uma hora passa, basta ter paciência. Faz parte!

6 comentários:

Silvia disse...

Dani, penso que serei uma mãe desesperada... que ficarei verificando toda hora se meu futuro bebê está respirando enquanto dorme, ou qualquer coisinha levar no médico... Ai Ai... tenho que já ir me preparando para não ser exagerada. Esse post já deu o pontapé para esse processo de "traquilização maternal".
Beijo!

Dri disse...

Huuummm... eu já tô vendo. Do jeito que sou, superprotetora e supercuidadosa com os "meus" (marido, mãe etc.) quando estão doentes, imagina com os meus pimpolhinhos como não vai ser!
O negócio é esse, trocar experiências para tentar se acalmar.

Pé Mimado disse...

Faço dos dois comentários anteriores, as minhas palavras. É sempre muito bom saber como reagir na hora de pânico. Eu sou supercuidadosa com o Mauro, agora imagina com um serzinho indefeso e totalmente dependente do pai e da mãe?! Ainda bem que eu tenho pessoas como vc por perto, Dani!

Magnum Opus disse...

Qualquer coisa eu te ligo tá Dani! :P Se eu não souber o que fazer numa situação dessas...

Sabine disse...

Eu era assim, me desesperava mesmo.
Até o Nicholas ter uma febre de 40º e eu pedir, desesperada pra levá-lo ao Pronto Socorro às 3 da manhã.
Foi uma febre repentina, e quando é muito alta, pra um bebê a gente sempre se assusta.
Depois de muito tempo esperando pra ser atendida (mesmo o pronto socorro estando vazio, por ser de madrugada - é, isso não é exclusividade do Brasil!), o médico resolve aparecer e atender super mal (vai ver tava tirando uma soneca que foi interrompida por nós, que chegamos àquela hora da madrugada)! Disse que o pequeno estava com o ouvido inflamado e que eu devia dar um anti-inflamatório pra ele. Ok! Mas, não satisfeita, liguei pro consultório médico no dia seguinte, disse que ele estava com febre muito alta há alguns dias (sim, aqui a gente tem que aumentar a história, se não nem dão bola) e marquei uma consulta. O médico que o atendeu foi mais "bacana" que o outro, mas disse que ele estava com a garganta inflamada e que no ouvido não tinha nada.
Resumo da ópera: não dei o tal anti-inflamatório pra ele, só o remédio pra febre e fiquei observando.
Percebi que ele mordia a chupeta ou qualquer brinquedo que levasse à boca com um desespero total. Sim, a febre era por causa dos dentinhos que estavam nascendo. Continuei dando o remédio pra febre e passei o gelzinho milagroso na gengiva. Pronto! Meu pequeno estava feliz e brincando no dia seguinte!

Dessa experiência eu tiro a seguinte conclusão: quando se é mãe, se aprende a observar muito mais as coisas!!!!

=)

Eliane Felisbino disse...

Hum... quietinha, só aprendendo.