12 julho, 2010

É cada uma que a gente escuta... (parte II, porque é melhor escutar barbaridades do que ser surdo)

Cenário: Setor de feira do Supermercado Sé da Washington Luiz, em São Paulo, ano de 1997.
Horário: Umas 7 da noite.
Personagens: Uma mãe toda arrumadona de uns 35 anos, seus dois filhos meninos, um de 3 anos e outro de uns 6, e a Dani ao lado escutando a conversa.


O menino de aproximadamente três anos vê a banca dos tomates, todos eles bem bonitos, redondinhos e vermelhinhos e pergunta:

- Mãe, olha que bonito isso, você compra?



Possível resposta positiva da mãe:

- Claro filho, esse tomate está lindo mesmo, deve estar uma delícia! Acho que você não se lembra quando comeu da última vez, mas quando a gente chegar em casa eu vou lavar ele bem, picar, colocar um salzinho e um azeite e você vai adorar!




Resposta verdadeira da mãe:

- O que, moleque, você nem sabe o que é isso aí! Tenho certeza que eu vou comprar isso daí e chegando em casa você não vai querer comer!
- Ah, mãe, compra?
- Se eu comprar e você não comer, você apanha? Apanha?
- Apanho, mãe.
- Apanha mesmo?
- Apanho, mãe.
- Ah, é? Então dá aqui esse troço!


E foi embora esbravejando e colocando o tomate num saquinho. E eu fiquei pensando, será que o problema era que ela mesma não gostava de tomate?

6 comentários:

Je disse...

Mais credo...A criança querendo comer algo saudável e a mãe dizendo que vai apanhar. É o fim da picada como diz meu pai ahhah

Magnum Opus disse...

Ainda existe o Supermercado Sé? Eu ia em um que ficava proximo a Washington Luiz, mas ficava pra baixo próximo a av. Cupecê, se não me engano...

A gente tem que aguentar essa mulecada pirada por causa desses pais tolos!

Eliane Felisbino disse...

Dani, lembrei de você semana passada.
Estava voltando para casa de ônibus (antes me colocava no piloto automático: tipo desliga de tudo a sua volta, mas agora influenciada por minha amiga comecei a prestar mais atenção ao que se passa) e eis que entra o pai, a mãe e duas crianças.
Em seguida começou a novela, "o pirulito da discórdia".
A criança menor, no colo da mãe começou a chorar porque queria o pirulito do imãozinho (que tinha uns cinco anos, mais ou menos. O pai falou, então:
- Deixa chorar que uma hora ele para ( e eu...ali torcendo...experimenta esta psicologia em casa e faz esta criança parar de gritar, por favor). Alguns minutos depois (daqueles que parecem horas) a mãe começa a gradar o filho chorão. O pai fica chateado e fala: - Vc não pode nem com uma criança.
O pai até que tinha sua razão, mas não era hora de falar, o clima ficou tenso e a chapa esquentou,
a mãe gritou com o pai: - Quem vc pensa que é, cala a boca, cuida vc dele então. E aí aproveitou e gritou com o filho: - Cala a boca vc também, quieto ( nesta hora o choro aumentou 105 decibéis de volume). E o mais coerente da família, a criança de cinco anos perguntou: - Mãe, porque o nenem tá chorando?
- É por causa do pirulito, filho.
- Mas, e o dele, cadê?
- Ela já comeu.
- Há, eu não vou dar o meu, não. Ele que para de manha.

Dani disse...

Ai ai Ane, amei sua história do "pirulito da discórdia"!

Realmente, quando a gente começa a prestar atenção é cada uma que a gente escuta... E é legal pensar sobre o que a gente escuta e tentar tirar uma lição disso. Eu acho que sempre tem uma "moral da história" por trás de tudo.

Beijo!

Dani disse...

Puts, Denis, era esse Sé mesmo!

Hehe, então você também frequentou o Sé! Hoje em dia ele ainda está lá, mas virou Pão de Açúcar...

Silvia disse...

Que assustador Dani!
coitado do moleque... tomara q ele tenha comido e adorado os tomates para não apanhar!