Cenário: Setor de feira do Supermercado Sé da Washington Luiz, em São Paulo, ano de 1997.
Horário: Umas 7 da noite.
Personagens: Uma mãe toda arrumadona de uns 35 anos, seus dois filhos meninos, um de 3 anos e outro de uns 6, e a Dani ao lado escutando a conversa.
O menino de aproximadamente três anos vê a banca dos tomates, todos eles bem bonitos, redondinhos e vermelhinhos e pergunta:
- Mãe, olha que bonito isso, você compra?
Possível resposta positiva da mãe:
- Claro filho, esse tomate está lindo mesmo, deve estar uma delícia! Acho que você não se lembra quando comeu da última vez, mas quando a gente chegar em casa eu vou lavar ele bem, picar, colocar um salzinho e um azeite e você vai adorar!
Resposta verdadeira da mãe:
- O que, moleque, você nem sabe o que é isso aí! Tenho certeza que eu vou comprar isso daí e chegando em casa você não vai querer comer!
- Ah, mãe, compra?
- Se eu comprar e você não comer, você apanha? Apanha?
- Apanho, mãe.
- Apanha mesmo?
- Apanho, mãe.
- Ah, é? Então dá aqui esse troço!
E foi embora esbravejando e colocando o tomate num saquinho. E eu fiquei pensando, será que o problema era que ela mesma não gostava de tomate?
6 comentários:
Mais credo...A criança querendo comer algo saudável e a mãe dizendo que vai apanhar. É o fim da picada como diz meu pai ahhah
Ainda existe o Supermercado Sé? Eu ia em um que ficava proximo a Washington Luiz, mas ficava pra baixo próximo a av. Cupecê, se não me engano...
A gente tem que aguentar essa mulecada pirada por causa desses pais tolos!
Dani, lembrei de você semana passada.
Estava voltando para casa de ônibus (antes me colocava no piloto automático: tipo desliga de tudo a sua volta, mas agora influenciada por minha amiga comecei a prestar mais atenção ao que se passa) e eis que entra o pai, a mãe e duas crianças.
Em seguida começou a novela, "o pirulito da discórdia".
A criança menor, no colo da mãe começou a chorar porque queria o pirulito do imãozinho (que tinha uns cinco anos, mais ou menos. O pai falou, então:
- Deixa chorar que uma hora ele para ( e eu...ali torcendo...experimenta esta psicologia em casa e faz esta criança parar de gritar, por favor). Alguns minutos depois (daqueles que parecem horas) a mãe começa a gradar o filho chorão. O pai fica chateado e fala: - Vc não pode nem com uma criança.
O pai até que tinha sua razão, mas não era hora de falar, o clima ficou tenso e a chapa esquentou,
a mãe gritou com o pai: - Quem vc pensa que é, cala a boca, cuida vc dele então. E aí aproveitou e gritou com o filho: - Cala a boca vc também, quieto ( nesta hora o choro aumentou 105 decibéis de volume). E o mais coerente da família, a criança de cinco anos perguntou: - Mãe, porque o nenem tá chorando?
- É por causa do pirulito, filho.
- Mas, e o dele, cadê?
- Ela já comeu.
- Há, eu não vou dar o meu, não. Ele que para de manha.
Ai ai Ane, amei sua história do "pirulito da discórdia"!
Realmente, quando a gente começa a prestar atenção é cada uma que a gente escuta... E é legal pensar sobre o que a gente escuta e tentar tirar uma lição disso. Eu acho que sempre tem uma "moral da história" por trás de tudo.
Beijo!
Puts, Denis, era esse Sé mesmo!
Hehe, então você também frequentou o Sé! Hoje em dia ele ainda está lá, mas virou Pão de Açúcar...
Que assustador Dani!
coitado do moleque... tomara q ele tenha comido e adorado os tomates para não apanhar!
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