Ontem estive em Florianópolis na UFSC para um congresso sobre direito autoral. As palestras foram boas, a viagem também, mas uma coisa chamou muito a minha atenção: a modernidade de hoje em dia. Eu explico.
Entrei no auditório para assistir à primeira palestra, me sentei e comecei a olhar em volta. Percebi que os organizadores estavam terminando de configurar o notebook de um dos palestrante para ajustar a apresentação para o datashow. OK, normal. Eis que eu escuto uma vozinha de criança saindo da região da mesa, no palco. E vejo um senhorzinho (que depois fui saber que é português de Portugal) baixinho de bigode sentado à mesa com seu notebook e sorrindo. O outro palestrante pergunta:
- O que é isso?
- É meu filho, está lá em Portugal e me mandou uma mensagem no vídeo.
O outro palestrante quis ver, e ficaram os dois lá, repetindo o vídeo do menino, sorrindo e admirando, bem cuti cuti.
Aí percebi que foi entrando mais gente, e que quase todo mundo estava com seu note ou net book. Quase todo mundo checando e-mails, vendo as notícias, essas coisas.
Bom, começou a palestra e o rapaz que estava sentado à minha frente começou a jogar WOW. E depois entrou em sites de mangá, ficava conversando com alguém no MSN, e voltava a jogar...
A moça ao meu lado ainda entrou no Orkut, Facebook...
Depois de um tempo notei que alguns anotavam o que ia sendo dito na palestra diretamente no notebook. Como é que esse povo consegue digitar tão rápido em teclados tão pequenos?
Ah, mas a modernidade não acabou aí. Eu estava lá, papel e caneta em mãos, anotando tudo, bem arcaicamente. Mas duas mulheres à minha frente simplesmente tiravam fotos da apresentação com os seus modernos celulares. O palestrante mudava a tela do PowerPoint e subiam as duas mãozinhas pra tirar foto. Bem mais fácil, né?
Além disso o evento estava sendo transmitido ao vivo pela Internet pra quem quisesse ver.
E toda hora tinha alguém pedindo pra organização configurar o notebook pois não estava funcionando a rede wireless. E dá o notebook pro moço, o moço leva o notebook pra um outro moço, que configura sei lá o que e pronto, pode parar de ficar agoniado, senhor, que a gora o senhor pode acessar a Internet.
A mesma coisa se repetiu no café da manhã no hotel. O hotel estava cheio, pois estavam acontecendo vários eventos na cidade, e pessoas e notebooks se acotovelavam nas mesas. Pessoas sozinhas não se sentiam mais tão sozinhas quando falavam com alguém pelo MSN.
Na viagem de ônibus as pessoas ficavam o tempo todo falando ao telefone, mandando torpedos, escutando MP3, trabalhando no notebook.
Acho que eu não havia percebido ainda como estamos todos dependentes da tecnologia de hoje. E lembro que há uns 15 anos atrás o celular estava só começando. Ninguém podia imaginar como estaríamos 15 anos depois.
E cheguei à conclusão de que tudo isso é mágico, maravilhoso, fantástico. É um admirável mundo novo!
6 comentários:
Nossa!
E alguém conversava entre si no meio de tudo isso?
Tipo, trocando idéias sobre o que rolou na palestra?
Às vezes me admira também...
Ontem estava falando sobre essas modernidades com o marido, sobre os lançamentos como o iPad da Apple, agora é um atrás do outro sendo lançado.
Às vezes me pergunto onde é que a tecnologia vai parar e se isso é TÃO maravilhosamente bom mesmo...
Porque do jeito que está, pouco espaço sobrará pra nós... mas máquinas farão tudo!
Então quer dizer que vc nem precisava ter ido até Floripa pq o negócio foi transmitido online hehe? Mas é isso aí, viva a modernidade!!
Eu sinceramente não sei se isso é bom ou ruim.
Semana passada eu fui a uma happy hour.
As pessoas conversavam, mas de repente interrompiam o que estavam falando (ou paravam de prestar atenção no que o outro estava falando) para atender o celular, responder uma mensagem... e daí ficavam mais uns 10 ou 15 minutos mexendo no celular fazendo sei-la-o-que... totalmente alheios à conversa.
E às vezes era mais de uma pessoa, tipo 3 ou 4 ao mesmo tempo, sentadas ali, mas alheias. E isso foi direto, durante as + ou - 3 horas em que fiquei ali, aquela alternância entre estar ali e estar em "outro lugar".
Por isso fiquei pensando, afinal, qual era o intuito da happy hour: conversar e dar risada com as pessoas que estavam ali, ou ficar se comunicando com outras pessoas via celular?
Dani, espere para se assustar com o domínio da tecnologia que seus filhos irão demonstrar.
Menina, vc tava em Floripa...o resto nem deve pensar hahah
Eu aproveito bastante o teal MSN. A Bi e eu sempre que podemos ligamos a câmera e nos vemos... nos falamos. É bem legal.
Também faço isso com alguns tios e primos bem distante. Mas o engraçado é que também faço isso com pessoas que moram aqui. hehehe
Beijo
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