Duro é que antes de curtir rock eu passei por maus caminhos. Começando com o Menudo, lógico! Quantos anos eu tinha, uns 10, 12 anos? Nem lembro bem! Eu sei que eu era apaixonada pelo Menudo, especialmente pelo Robby Rosa! E eu tinha certeza que eu era a garota da vida dele! Que se eu fosse a um show do Menudo ele iria me reconhecer dentre as milhares de meninas que iam estar lá gritando por ele, mandaria um segurança me resgatar do meio da multidão, declararia seu amor eterno por mim ali mesmo, no microfone, diria que havia esperado por mim a sua vida toda e saíriamos dali direto para o nosso casamento!

Esse fato isolado já seria triste e vexamoso, mas o pior ainda estava por vir! Um pouco maiorzinha, desencanei do Menudo para me lançar a um amor ainda mais brega! O grupo Polegar. Sim, aquele mesmo, do drogadinho e cabeça de vento Rafael Ilha. O tal Rafael Ilha morava no mesmo bairro que eu, e eventualmente eu e minhas amigas íamos até a frente do prédio onde ele morava e ficávamos chamando por ele! Que mico! Mas ainda tem uma coisa pior! Dentro do grupo Polegar, meu amor sincero e eterno era todo para o pseudo-tecladista do grupo, ele se chamava Alan (é o loirinho de furo no queixo no canto direito da foto).

E eu perdia sábados e mais sábados assistindo ao Viva a Noite (Viva! Viva! Viva!) do Gugu Liberato, onde eles marcavam ponto! E achava o máximo quando eles cantavam:
- Dá pra mim (o seu amoooor) dá pra mim! Por você que eu perco o sono, por você que eu ando doido, dá pra mim!
(Juro que eu não entendia a conotação sexual por trás dessa letra ridícula)
- Você meu amorzinho, você meu amorzão, você é o tijolinho, que faltava na minha construção!
E por aí vai... (ou ia).
Ah, e entre um e outro eu ainda ficava lá no prédio onde eu morava com as minhas amigas imitando as paquitas (da Xuxa) e suas coreografias, cantando:
- É tão bom, bom, bom, bom, quem quer pão, pão, pão, pão, bom estar contigo na televisãããão!
Então é isso pessoas, eu precisava confessar esse meu passado negro! Depois virei roqueira, headbanger, e um pouco mais velha fiquei mais eclética, mas sempre gostei de boa música, de boas letras... Exceto nesse meu começo de vida musical! Tsc, tsc!